Da capital para a região metropolitana, as nossas letras – banhadas a café e chá – as nossas angústias interrogáveis foram registradas no pulsar mais sincero de todas as emoções. Os envelopes percorrem o tempo e as páginas e sinto-me absolutamente feliz ao ler cada missiva da Lu endereçada a mim.
Esqueceu-se no próprio caminho.
Adormeceu na borda da página vazia. Rasgou os verbos desenhados nos abandonados trilhos da estação passada. Isolou-se o inverno de sua alma. Acomodou-se no silêncio de sua própria voz e fez das letras sua habitação.
Deixo aqui apenas uns poucos fragmentos escritos na tarde de outono em que eu me vi nua diante de todas as palavras.
O inverno a espalhar todos os aromas nostálgicos que habitam em mim.
Devaneio inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade "No meio do Caminho". Um verso a exalar flores, pólen e perfumes.