Fez-se primaverano detalhe do verso,no pólen,nas pétalas tatuadase na delicadeza suaveda brisa que amanheceem flor. Fez-se poesiana nuance primaverildo poema e noaroma delicado do orvalhoque desfila pelo quintal. Fez-se primaveraà flor do poemadedilhado na peleem pétalas de amor. Fez-se versona miudeza da rosano sopro do verbo eno equinócio perfumadoque acabou
V. Ontem procurei as tuas letras esquecidas no papel de carta amarelado pelo tempo que teu silêncio causou em mim. Profanei alguns versos escritos e reverenciei aquelas letras meio apagadas pela ausência das tuas falas. Olhei para céu a procura de algum resquício de memória dos detalhes que gostas só
Tudo o que eu tenho agora / são as cicatrizes que pulsam / na sentença redigida / pelos olhares que julgam / saber a efemeridade da vida.
A xícara está vazia.Não há resquícios de nada.Nem uma gota de chá,ou até mesmo café.Vazia. Nada.Seca. Oca.Há ecos,sussurros de sabores,e lembrançasde todos os aromas. Não há nada ali.O que se vê é a secura da louçacravando a solidão do objetonuma mesa vazia de letras. Nada! Lembranças?Quem sabe?!São ecos.Tilintar de sons
Genocida! Fascista! Assim, sem nada,a pátria chora implora. De barriga vazia, vai emboramorre, asfixia. Ecoa o verbo do poema ativista.