Já não procuro respostas nem identidades. Sou camaleão adaptável em labirintos sem saídas. Sou arco-íris de saudade entre todas as paredes com seus tons amarelados. Diversidade de reflexos. Rasgo a minha pele e percebo as oscilações da policromia e dos sonhos que trago em mim. Sou camaleão nos reflexos dos espelhos.
Não tenho mais o teu corpo, o teu rosto, os teus olhos, as tuas letras e muito menos a tua paisagem próxima a mim.
A página hoje tão amargurada, / está cansada de histórias despedaças, / de amores desfeitos / de tantos idos finitos... / Meu verso hoje protesta, / manifesta! / GRITA!
Gosto das tuas palavras, / dos teus pronomes e preposições. / Gosto dos teus versos ocultos / das tuas metades inteiras e / do tempo adverbial que / tu escreves em mim.
Queria deixar-me largada, / embriagada sem qualquer razão. /
Assim, sem nenhuma conveniência, /
deixar-me esquecida feito letra /
abandonada no papel de jornal.