Passo a Passo
Victória é uma menina mulher, impregnada de desejos e vontades, que dança, canta, se arrasta para um canto, chora e volta a sorrir na manhã seguinte. Vive por ai e você pode sim já ter se encontrado com ela em algum lugar da paisagem urbana.
Nota: Personagens são sempre autores pela metade. Victória aparecerá em outras páginas de estações.
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Descobriu-se entre muros, um dia após o exílio. Descobriu-se em silêncio depois de tantas tempestades. Victória secou as lágrimas; rasgou a dor da noite passada deixando ser acariciada pela delicada brisa que sobrava em suas janelas. Amanheceu. O sol brilhava lá fora anunciava que a chuva havia passado.
Victória era assim: tinha seus dias de noites tristes e, outras completamente felizes; ela era uma incógnita, como toda mulher que vive apaixonada. Por tantas vezes caminhava e caia; no entanto, ela sempre levantava sem aquela falsa noção de que seria fácil derrubar todas as barreiras que estavam a sua volta. A oscilação das paredes era real, porém a resistência daquela que carregava tempestades dentro si, também era uma realidade incontestável.
Não havia mais chuva em seus olhos. Aqueles muros caíram delicadamente. Quão delicadas eram aquelas barreiras! Victória as deixava assim. Não havia mais escuridão em sua alma. Trouxe para si a ilusão e o prazer do conforto. Esqueceu as dores e tudo o que a fazia chorar. Amanheceu. A erosão de sua alegria implícita desfez os muros da alma. Victória despertou em sentimentos e apaixonou-se novamente. Encantou-se com o sol no horizonte e com as sombras que ele desenhava em sua cortina. Paixão? Era tudo que a encantava.
E, nesse instante, num momento de terna paixão, ela ficou sentada com os braços envolvendo os joelhos; como se quisesse proteger algum tesouro ignorado, ou, uma paixão escondida… não se sabe.
Com um pedaço do muro guardado em suas mãos, quase virando pó, ela caminhou devagarzinho para fora de si. Queria esquecer o inverno da noite passada. Ela gostava de ser verão. Victória era o próprio verão. Era assim que se sentia livre. Caminhando descalça, sem arranhar os pés… E passo a passo, escrevia sorrisos e mistérios naquelas ruínas de sentimentos.
Assim, ela fechou os olhos, deixou a brisa matinal envolvê-la num abraço terno. Era verão. Victória estava livre! A luz lá fora era crua, mas não feria a sua alma, nem a sua pele. Livre. Leve. Era assim que Victória se sentia naquele momento. Sem tempestades, sombras, ou qualquer outra lágrima a derrubar seus sonhos. Passo a passo caminhou numa paixão desmedida pelo amanhecer…
Suzana Martins 06/2011
Bette
Suzana obrigada por trazer Victória novamente ao Entre Marés. Acho que tem um pouco dessa personagem em todos nós.
Beijos
Dulce Morais
Sem tempestades não podemos apreciar a calmaria…
Há força em Victória! Há fragilidade na força 🙂
Lindo, Zuzana!
Aguardarei com impaciência de encontrar de novo Victoria na sua pena.
Suzana Martins
É Bette, a Victória é meio todo mundo, rsrs…
Beijos
Suzana Martins
Oi Dulce!! 😀
O que seria de nós sem as tempestades, não é?!!
Victória é um doce-amargo encanto… rsrs… Sou suspeita pra falar, não é?!
Fico feliz que tenhas gostado!! 😀
Ela passará por aqui mais vezes… 😉
Beijos!!!
Murilo André
Mtu bom 🙂
Suzana Martins
Querido poet’amigo, muito obrigada!!
Beijos!! 🙂
vidal
Ótimo texto Su!
Suzana Martins
Meu querido amigo Vidal, muito obrigada!!!!!
Beijos querido!!!^^
É muito bom ter vc por aqui!!