Rastros de uma alma deserta, / que dentro do oásis, / cantava a vida / como uma ave liberta.
Poema
A minha palavra / tem origem na mulher / que moldou o universo / com as mãos imersas no poema.
Revisei a luz / olhei para o alto, / toquei o céu / na sensibilidade / pulsante da frágil lua. / Examinei as cores, / costurei os rasgos, / alcancei naufrágios / expostos em meus poros.
Encontro-me parada, / escoltada em pensamentos antigos / que desmoronam com o passar do vento / tal qual castelos de areia, / daquela praia que um dia pisei / ou dos abraços apertados / nos braços que pousei. / Parada ali, relembro rimas antigas / de um poema velho jogado / nas páginas de um diário qualquer.
O outono, em sua maestria, / deixa escorrer gotas pretéritas / detalhes nostálgicos / e outras paisagens cheias de asas / que sobrevoam além de mim.
O teu toque / é o meu arrepio, / o teu beijo / é o meu verso / sem rima / abraçado ao / teu poema / que pulsa na / ponta do sentir.