O que os olhos fotografam revelam, em palavras, a poesia do mundo.

Em algum tempo de 2005, nos finais de tarde, eu e o HenriqueM trocávamos versos em meio ao vento, agendas em meio aos desenhos e palavras em meio a sorrisos e encontros. Depois de ler algumas dessas palavras, ele me falou do blogger, e estendeu o convite para postar – na época palavra tão estranha em meu vocabulário – meus rascunhos num lugar onde as palavras ganhariam vida, sonhos ganhariam páginas e os versos encontrariam suas próprias rimas…

A priori hesitei, tinha medo de expor as minhas palavras, receios inexplicáveis disso ou daquilo, mas depois de conhecer alguns blogueiros e compartilhar das mesmas palavras, mergulhei nessa literatura digital, onde as letras encontram outros versos num revoar sem fim, e desenhei as minhas Palavras Intimistas.

Conheci muita gente amiga, descobri vizinhos, poetas, escritores de outros portos e tantas outras pessoas que queriam apenas compartilhar sentimentos numa mistura poética de palavras, imagens e canções. Porém, em algum lugar do tempo, essas palavras foram se perdendo, ficando apagadas, tristes e doloridas. Rasguei as páginas e voltei a escrever nas minhas agendas que contavam tempos escassos de versos…

Doeu em minhas lágrimas e letras, mas em agosto de 2008 o sonho começou a acordar. Sonho esse, que passou entre as minhas Palavras Intimistas (blog extinto) e encontrou um cais que sempre esteve à minha espera. Estavam todos no cais, a espera de uma Fênix, e quando perceberam, estava ali uma embarcação que surgia dentro da tempestade encontrando um porto seguro e tranquilo. Foi como num encontro de amigos, onde as palavras não precisam ser inventadas, apenas sentidas entre abraços e sorrisos.

As vozes ecoaram num limite de saudade, nascendo assim o Entre Marés que foi ganhando cores, banners, vida, personagens, versos e tantas outras saudades acumuladas num pretérito de emoções. Um sonho daqueles com personagens que entendem e se identificam tão bem com o mar que parece ser parte dele. Criando, assim, as palavras de um Pescador, e histórias de uma tal Victória que carrega dentro de si um punhado de sentimentos.

Um dos primeiros banner’s do blog – Imagem: arquivo pessoal

 

A voz que ecoa nos limites do infinito nos chama a caminhar pelo tempo, doar a vida, dar a luz, dar a voz… Tudo isso só é possível se nos alimentarmos pelo desejo de seguir ou vencer sem jamais desanimar. Quando o tempo chega ao seu final, o caminho é pleno para quem tem consciência do dever cumprido e é nos nossos sonhos que alimentamos a realidade.

(Suzana Martins 28/08/2008)

Percebo todos os sentidos
vejo o mundo,
sinto a alma.
Escuto o sussurro,
sinto o gosto único.
Deixo fluir,
deixo por existir.

O invisível visível que você esconde, está mais a mostra do que você imagina. Falsas máscaras que encobrem a verdade não me enganam, ela é sempre visível pela transparência dos olhos.

Alma exposta…

(Suzana Martins – 16/11/2008)

Numa mistura de mar, sentimentos, jazz, música e ventos, as palavras vão contando histórias, criando rascunhos e devaneando de todas as formas… Sentimentalidades contadas através de imagens e palavras jogadas ao vento!

Navegaremos juntos, pois Entre Mar És!!